50 anos em um clique
07/09/13 08:00Convido o leitor a uma divertida jornada no tempo: passe o mouse sobre “+SEÇÕES” (quase em cima da minha foto, no final da barra sob a data de hoje) e clique em “Acervo Folha”.
Depois, na opção “Consulte”, clique em “Desde 1921” e, na sequência, em “Folha de S. Paulo”. Vá até 1963, escolha setembro e, por fim, dia 8.
Pronto: você vai encontrar a íntegra da “Folha de S. Paulo” no domingo em que a “Folhinha” circulou pela primeira vez.
Para facilitar a sua vida, agora que você sabe o caminho para passear pelo arquivo da “Folha”, clique aqui para ir diretamente à edição de 8 de setembro de 1963.
Perdi um bom tempo navegando pelas 16 páginas da edição inaugural da “Folhinha”. Perdi? Nada disso. Investi meu tempo na leitura. E acho que entendi um pouco melhor como era ser criança dois anos antes que eu nascesse.
E entendi mais ainda como o jornalismo brasileiro daquela época acreditava que deveria conversar com crianças, como ilustra o lembrete ao “escolar” (tradução: aluno) que publiquei acima.
Para os interessados em informações sobre o cinema e a TV em 1963, sugiro também a leitura da “Ilustrada” do mesmo 8 de setembro.
Entre outras preciosidades, há um anúncio da TV Paulista (canal 5) com as atrações daquela noite: às 20h, “O Riso dos Cinco”, um “alegre show” com Zilda Cardoso e Ronald Golias no elenco; às 21h, “Calouros Cristal”, em que Hebe Camargo “comanda o desfile de novos artistas”; e, às 21h30, “Mossoró em Miami” (Miami Undercover), “filme policial” (na verdade, um seriado televisivo norte-americano) com Lee Bowman e Rocky Graziano.
Repare também em uma nota do crítico B. J. Duarte sobre o Instituto Nacional do Cinema Educativo (INCE), na página 6 da “Ilustrada”.
Duarte considerava urgente “o reequipamento dos estúdios e do laboratório do INCE, no momento sem poder atender satisfatória e cabalmente à produção e realização do filme educativo, em face das múltiplas e complexas exigências dos tempos atuais e fora do alcance dos recursos, também complexos e múltiplos do cinema moderno”.
Em 1966, o INCE seria incorporado ao Instituto Nacional de Cinema (INC) — que, por sua vez, seria extinto em 1975.
Na janela abaixo, um curta produzido pelo INCE que também está completando meio século, como a “Folhinha”: “A Velha a Fiar”, clássico dirigido por Humberto Mauro (1897-1983), que trabalhou durante cerca de 30 anos no instituto.
Adorei a Velha a Fiar, mas sobretudo as dicas da Folhinha, recomendando aos escolares Amizade, Cortesia, Respeito e Atenção…