De olho na produção para crianças
20/09/13 10:00A jornalista argentina Silvia Bacher, presidente da ONG Las Otras Voces e autora do livro “Tatuados por los Medios”, esteve no Brasil na semana passada para participar do I Seminário Internacional de Educação, Jornalismo e Comunicação.
Tive a oportunidade de participar de um debate ao lado de Silvia — que, entre outras contribuições para discutir o audiovisual voltado a crianças e jovens, distribuiu aos presentes um folheto elaborado pelo Conselho da Comunicação Audiovisual e da Infância da Argentina.
O documento estabelece 14 critérios de qualidade para avaliar a produção audiovisual (leia-se televisão, principalmente).
Um desses critérios é uma piada de mau gosto no Brasil: federalismo, ou seja, “a presença nas telas da realidade de diferentes regiões e províncias do país, impulsionando especialmente uma produção de conteúdos de caráter federal”.
Por aqui, você sabe muito bem, impera o o que se produz no eixo Rio-São Paulo, com base no olhar do eixo Rio-São Paulo.
Outro critério que poderíamos importar, associado ao do federalismo: identidade. Nas palavras do documento:
“Devem ser integradas as particularidades locais e a cultura própria de cada região do país, promovendo o respeito e a difusão das diversas línguas em uso no território nacional. Os conteúdos audiovisuais devem reforçar os vínculos que crianças e adolescentes têm com suas comunidades.”
Clique aqui para conhecer os 14 critérios — e para constatar que estamos um tanto atrasados, no Brasil, em relação à importância de discutir esse tema.
Não espere que a Disney o faça.
A seguir, uma entrevista com Silvia — produzida pelo curso de Educomunicação da Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo — que interessa sobretudo a pais e educadores.