Folha de S.Paulo

Um jornal a serviço do Brasil

  • Assine a Folha
  • Atendimento
  • Versão Impressa
Seções
  • Opinião
  • Política
  • Mundo
  • Economia
  • Cotidiano
  • Esporte
  • Cultura
  • F5
  • Classificados
Últimas notícias
Busca
Publicidade

Censura Livre

por Sérgio Rizzo

Perfil Sérgio Rizzo é jornalista, professor e crítico de cinema

Perfil completo

"10 Centavos" contra o trabalho infantil

Por srizzo
22/08/13 12:23

“Tio, vendedor de flores se aposenta? E lavador de carros, se aposenta?”

Essas perguntas incômodas são feitas pelo protagonista do curta baiano “10 Centavos” (2007), de Cesar Fernando de Oliveira.

O personagem é um menino que acompanhamos durante um dia pelas ruas do centro histórico de Salvador, atrás de algum trabalho que possa lhe render dinheiro.

Lembrei-me desse filme — discreto e delicado em sua abordagem de uma das principais mazelas sociais brasileiras — porque a Rede Latinoamericana contra o Trabalho Infantil realizará na próxima segunda-feira (dia 26), em São Paulo, o IV Encontro Internacional Contra o Trabalho Infantil.

A programação vai das 9h às 18h, no Maksoud Plaza (alameda Campinas, 150). Além de debates sobre diversos temas (como “Piores formas de trabalho infantil”), será apresentado o estudo “Trabalho Infantil e Adolescente – Impacto Econômico e os Desafios para a Inserção de Jovens no Mercado de Trabalho no Cone Sul”, conduzido pela Fundação Telefônica Vivo.

As inscrições para o IV Encontro já estão encerradas, mas haverá transmissão ao vivo no site da Rede.

E o que você pode fazer agora mesmo (e eu diria que você deve fazer isso, agora ou mais tarde) é assistir ao “10 Centavos”, abaixo.


Mais opções
  • Google+
  • Facebook
  • Copiar url
  • Imprimir
  • RSS
  • Maior | Menor

Lotte, da Estônia, na sua TV

Por srizzo
21/08/13 14:11

Você sabe de todas as animações norte-americanas lançadas no cinema, em DVD e Blu-ray? Grande coisa.

Quero ver conhecer um filme infantil da Estônia. Ou da Letônia, que fica ao sul do país. Melhor ainda: quero ver conhecer uma co-produção entre a Estônia e a Letônia!

Não conhece? O canal pago Gloob quebra o seu galho nesta sexta-feira (dia 23), às 20h, com a exibição do simpático “Lotte e o Segredo da Pedra da Lua” (2011).

Lotte é uma cachorrinha que já havia aparecido em um longa-metragem de 2006, “Lotte de Gadgetville”, também dirigido pelos animadores estonianos Heiki Ernits e Janno Põldma.

Em “O Segredo da Pedra da Lua”, os dois diretores arrumam para Lotte uma aventura que envolve o aparecimento de pedras misteriosas na pequena cidade de Gadgetville, encravada em algum ponto da Europa.

Abaixo, o trailer do filme.

 

Mais opções
  • Google+
  • Facebook
  • Copiar url
  • Imprimir
  • RSS
  • Maior | Menor

Saiu o Curta Criança 2013

Por srizzo
19/08/13 15:12

O Ministério da Cultura (MinC) abriu nesta segunda-feira, dia 19, as inscrições para os realizadores interessados em participar da seleção de projetos do Curta Criança 2013.

Serão contempladas 12 obras de audiovisual, com até RS$ 60 mil para cada uma. Os projetos podem ser de ficção, documentário ou animação, com duração máxima de 13 minutos.

O período de inscrições vai até o próximo dia 7 de outubro.

Clique aqui para acessar o edital completo e aqui para ler o manual de inscrição. Há também anexos ao edital, que você pode conhecer em um link nesta página do MinC.

Assista abaixo a “A Menina-Espantalho” (2008), que foi contemplado no Curta Criança 2007.


 

Mais opções
  • Google+
  • Facebook
  • Copiar url
  • Imprimir
  • RSS
  • Maior | Menor

Todo apoio ao NUPA

Por srizzo
14/08/13 15:41

“Paulicéia Canta, Ty-Etê!”, produção do NUPA no Anima Mundi

Começa nesta quarta-feira em São Paulo a 21a. edição do Anima Mundi – Festival Internacional de Animação do Brasil, que já passou pelo Rio de Janeiro (de 2 a 11 de agosto).

As exibições serão na Galeria Olido e no Espaço Itaú da rua Augusta, até o próximo domingo (dia 18). Quatro sessões são inteiramente recomendadas para crianças: Infantis, Futuro Amador, Longas Infantis e Illuminated Filmes – Infantis. Ingressos a R$ 10 e R$ 5.

Clique aqui para ler o texto sobre o Anima Mundi publicado pela “Folhinha” no último sábado e aqui para conhecer a programação completa do festival.

Chamo a sua atenção para três curtas que serão exibidos na sessão Panorama: “Paulicéia Bicicletas em São Paulo”, “Paulicéia Mário de Andrade” e “Paulicéia Canta, Ty-Etê!”.

Eles foram produzidos pelo NUPA – Núcleo Paulistano de Animação, pilotado pelo animador Céu D’Ellia desde a sua criação, em 2010, no Centro Cultural da Juventude Ruth Cardoso.

Pois bem: o NUPA corre o risco de acabar. Clique aqui para entender a situação, em um post do blog do artista gráfico e ilustrador Orlando Barroso.

E, para conhecer o trabalho muito legal do NUPA, clique aqui para ler um post no blog do próprio Anima Mundi, com links para ver os três curtas da série “Paulicéia” que estão no festival.

Mais opções
  • Google+
  • Facebook
  • Copiar url
  • Imprimir
  • RSS
  • Maior | Menor

Nove filmes infantis, em breve nos cinemas

Por srizzo
12/08/13 11:24

“Free Birds”, com lançamento previsto para novembro

Em 2012, quatro longas infantis (todos de animação) figuraram entre as 10 maiores bilheterias do ano no Brasil: “A Era do Gelo 4”, “Madagascar 3: Os Procurados”, “Alvin e os Esquilos” e “Valente”. Juntos, eles venderam 22,6 milhões de ingressos, ou cerca de 15,5% do total (146 milhões de ingressos).

Em 2013, essa presença significativa da produção infantil se manteve. Das 10 maiores bilheterias registradas no Brasil de janeiro ao início de agosto, três são infantis: “Meu Malvado Favorito” (em segundo lugar, com 6,5 milhões de espectadores, atrás apenas de “Homem de Ferro 3”), “Detona Ralph” (em sétimo, com 3,6 milhões de espectadores) e “Universidade Monstros” (em oitavo, com 3,2 milhões de espectadores).

É possível que “Os Smurfs 2” — a quinta maior bilheteria de lançamento do ano no Brasil, com 762 mil espectadores nos primeiro fim de semana de exibição — venha a se aproximar dos “10 mais”.

O calendário de lançamentos prevê os seguintes filmes infantis até o fim de 2013, de acordo com o Filme B:

– “Aviões”, da Disney, animação em 3D na mesma trilha de “Carros” (13 de setembro).

– “Tá Chovendo Hambúrger 2”, continuação da animação de 2009 (4 de outubro).

– “Corda Bamba”, produção brasileira baseada no livro homônimo de Lygia Bojunga Nunes (11 de outubro).

– “Rodência e o Dente da Princesa”, animação argentina em 3D sobre uma cidade de ratos (11 de outubro).

– “Free Birds”, animação norte-americana sobre perus que viajam no tempo (1o. de novembro).

– “Echo Planet 3D”, animação tailandesa sobre um grupo que tenta salvar o planeta (22 de novembro).

– “Um Time Show de Bola”, animação 3D dirigida pelo argentino Juan José Campanella (“O Filho da Noiva”, “O Segredo dos seus Olhos”), sobre uma equipe de futebol de botão (29 de novembro).

– “Tarzan 3D”, animação alemã em 3D com Tarzan e Jane contra o exército de um supervilão (6 de dezembro).

– “Minhocas”, animação brasileira sobre um trio de minhocas adolescentes que tenta voltar para casa (20 de dezembro).

Mais opções
  • Google+
  • Facebook
  • Copiar url
  • Imprimir
  • RSS
  • Maior | Menor

Megaprejuízo para um Disney "meia-família"

Por srizzo
07/08/13 13:55

Johnny Depp e Armie Hammer em “O Cavaleiro Solitário”: um Disney que fala “xô, crianças”

O império Disney foi erguido com base no conceito de produtos capazes de proporcionar diversão para toda a família — no cinema, na TV, no mercado de vídeo doméstico e nos parques temáticos.

Pois um produto Disney voltado só para uma parte da família registrou um megaprejuízo, como informa detalhada reportagem do jornal “The New York Times”.

O produto em questão é “O Cavaleiro Solitário”. No EUA, a classificação indicativa é 13 anos; no Brasil, 14. Logo, crianças de fora.

Resultado, de acordo com os números do “Times”: investimento de aproximadamente US$ 400 milhões (em produção e lançamento) e arrecadação global, até o momento, de US$ 175,6 milhões. O Brasil entrou com pouco mais de US$ 4 milhões.

(Os números de arrecadação correspondem ao que o público deixou nas bilheterias. Uma parte fica com os donos dos cinemas, outra com os distribuidores e o restante vai para os produtores. Neste caso, o grupo Disney é também o distribuidor, o que não refresca muito.)

“Universidade Monstros”, o produto anterior da Disney voltado para toda a família, como reza a tradição do império criado por Walt, arrecadou US$ 613,7 milhões nos cinemas. E vai arrebentar em DVD e Blu-ray.

Mais opções
  • Google+
  • Facebook
  • Copiar url
  • Imprimir
  • RSS
  • Maior | Menor

Cenas de infância: Marina Person e a magia do super-8

Por srizzo
05/08/13 11:21

Stan Laurel e Oliver Hardy, o Magro e o Gordo

Para diversas gerações, a magia do cinema foi apresentada em casa por sessões de filmes em super-8. O cardápio eram curtas e trechos ou versões condensadas de longas, como lembra a cineasta Marina Person no depoimento abaixo.

Filha do diretor Luiz Sérgio Person (“São Paulo S/A”, “O Caso dos Irmãos Naves”), a quem homenageou com o afetuoso documentário “Person” (2007), ela conta como foi que descobriu, anos depois, que havia mais filme por trás daqueles pequenos (e inesquecíveis, como se percebe) rompantes de cinema.

Vamos ao relato de Marina:

Eu fui criança numa época em que não existia videocassete, DVD, imagine Netflix. Nada de Telecine, Canal Brasil, ou HBO… Na verdade, até os 7 anos, nem TV em casa eu tinha. Bem, isso a tecnologia já permitia, mas a minha escola não. Esclareço: eu estudei na Waldorf, a escola antroposófica, em meados dos anos 1970, e a regra era clara: televisão, açúcar branco e comida industrializada, nem pensar!

É, não tinha TV. Em compensação, o que tínhamos eram pequeninos rolos de filmes super-8 que meus pais projetavam com o maior orgulho do mundo. Eram trechos pequenos de filmes como “Mary Poppins”, “Alice no País das Maravilhas”, “O Gordo e o Magro”, Charlie Chaplin…

Julie Andrews em “Mary Poppins” (1964)

O super -8 tem rolos de tamanhos limitados e uma lâmpada muito sensível, que queima por nada. As dificuldades que vinham com todo o charme daquelas projeções me fizeram valorizar muito aqueles momentos. Era tanta coisa que tinha que dar certo! A lâmpada não podia estar queimada, os rolinhos não podiam descarrilhar, a luz elétrica não podia faltar.

Luz elétrica? Ah, sim, me esqueci de contar esse detalhe: quando eu e minha irmã nascemos, meus pais concretizaram o sonho de viver no campo, perto da natureza, e nós nos mudamos para um sítio em Itapecerica da Serra, a 40 quilômetros de São Paulo. Lá moramos até meus 11 anos. E nesse nosso pequeno paraíso a luz elétrica era um luxo que muitas vezes nos faltava. Era uma chuva aqui, um poste que o vento derrubou ali, uma sobrecarga no vizinho… Enfim, não foram poucas as noites em que dormimos sem eletricidade na casa.

Bem, onde eu estava mesmo? Ah, nos filminhos… Pois é, foi só quando cresci e o videocassette apareceu que descobri que aqueles trechos de super-8 tinham um começo e um fim! Na minha cabeça de criança, os filmes eram aquilo ali e pronto. Confesso que achava um pouco estranho, mas gostava de todo jeito. E gosto até hoje.

Mais opções
  • Google+
  • Facebook
  • Copiar url
  • Imprimir
  • RSS
  • Maior | Menor

"Gru - O Maldisposto", líder também em DVD

Por srizzo
02/08/13 11:40

O lançamento de “Meu Malvado Favorito 2”, que levou mais de 6 milhões de espectadores aos cinemas no Brasil e já arrecadou US$ 670 milhões em todo o mundo, ajudou a manter o primeiro longa-metragem com Gru e os minions na liderança do ranking de filmes infantis mais alugados na 2001 Vídeo.

(Para quem estranhou o título deste post: em Portugal, os filmes da série têm o título “Gru – O Maldisposto”.)

Os “10 mais” de julho na 2001 trazem três novidades em relação à lista do mês anterior: “Sammy – A Grande Fuga”, “O Reino Gelado” e “As Aventuras de Tadeo”.

Os três foram lançados nos cinemas brasileiros em 2013 e acabaram de chegar ao mercado de vídeo doméstico.

Por outro lado, saem do ranking dois sucessos que vinham frequentando os “10 mais” há alguns meses: “A Era do Gelo 4” e “Madagascar 3 – Os Procurados”.

Confira abaixo os “10 mais” de julho segundo o levantamento da 2001 Vídeo. O número depois do título refere-se à posição no mês anterior.

1) “Meu Malvado Favorito” (Despicable Me) [1]

2) “Valente” (Brave) [4]

3) “Hotel Transilvânia” (Hotel Transylvania) [5]

4) “A Origem dos Guardiões” (Rise of the Guardians) [7]

5) “Detona Ralph” (Wreck-It Ralph) [8]

6) “Zambezia” (idem) [9]

7) “Monster High – Scaris: A Cidade Sem Luz” (Monster High: Scaris) [10]

8) “Sammy – A Grande Fuga” (A Turtle’s Tale 2: Sammy’s Escape from Paradise) [-]

9) “O Reino Gelado” (Snezhnaya koroleva/Snow Queen) [-]

10) “As Aventuras de Tadeo” (Las Aventuras de Tadeo Jones) [-]

Mais opções
  • Google+
  • Facebook
  • Copiar url
  • Imprimir
  • RSS
  • Maior | Menor

Beth Carmona: "Viva o cinema infantil!"

Por srizzo
10/07/13 10:00

“O Sumiço da Coroa”: de acordo com as crianças que participaram da produção, “para um filme ser bom tem que ter muita correria, confusão e cenas de perseguição”

Faz algum tempo que convidei Beth Carmona, uma de nossas principais especialistas em produção audiovisual para crianças e jovens, a escrever um texto para o blog, na série Cenas de Infância.

Envolvida nos últimos meses pela produção do Festival ComKids Prix Jeunesse Iberoamericano, ela me pediu para aguardar um pouco. E, nesta semana, brindou o blog com o texto abaixo, de “enviada especial”: um relato vindo da Mostra de Cinema Infantil de Florianópolis — e que vale como celebração ao poder extraordinário do cinema.

Boa leitura!

PS – Voltarei a atualizar o blog em agosto, ao retornar de férias.

* * *

O dia em que a Lagoa se viu na tela

Há algumas semanas, na abertura da Mostra de Cinema Infantil de Florianópolis, uma sessão de cinema muito especial mostrou na prática a força e o poder do audiovisual quando realizado dentro de seus propósitos mais nobres e verdadeiros. Num curta de menos de 15 minutos, pudemos perceber a força de uma cultura e a identidade e o orgulho de uma comunidade, ao se ver e reconhecer na tela, registrada com vida, expressão e criatividade.

O curta , “O Sumiço da Coroa”, foi exibido no Teatro Pedro Ivo. Na plateia, além de outros convidados, estavam presentes vários moradores do bairro Lagoa da Conceição, também atores e protagonistas da divertida comedia infantil. É incrível, mas tudo estava lá, numa celebração de muita simplicidade e de uma intensidade impactante.

Beth Carmona

A Ilha de Floripa, com toda sua beleza e natureza de mais de 40 praias, conta com aproximadamente 400 mil habitantes. Sendo assim, conserva muitas características de uma cidade ainda pequena, apesar de ser capital de Santa Catarina. Lá mesmo, o filme foi realizado em tempo recorde e com baixíssimo orçamento. Foi possível graças à iniciativa de um grupo que conhece e sabe da importância do audiovisual na formação e na vida das crianças.

Com direção de Marcos Martins, produção executiva de Luiza Lins e os trabalhos de Chico Faganello, a história foi escrita a muitas mãos. O roteiro final contou com as ideias que surgiram a partir de oficinas realizadas com as crianças da comunidade da Lagoa. As crianças protagonistas — que pela primeira vez viveram a experiência de atores — são Mariana Koheller e Pedro Rushell. No grande elenco, vemos estampadas na tela imagens de todos os moradores do bairro, encenando a história como se fosse uma grande brincadeira, com direito a participações de peso no decorrer do enredo.

A história se passa durante a tradicional Festa do Divino, considerada patrimônio histórico, artístico e cultural de Santa Catarina, trazida por imigrantes açorianos no século 18. Sua base se encontra em Portugal do século 14, com uma celebração estabelecida pela rainha Dona Isabel de Aragão, por ocasião da construção da igreja do Espírito Santo. Na Festa do Divino a família imperial e sua corte estão representadas. Todos se vestem como reis, rainhas e princesas, com direito a ornamentos, mantos, cetros e coroas.

No filme, uma singela animação pontua a trama, que começa quando a coroa imperial é roubada da Igreja, logo após o grande cortejo. Com direito a missa e procissão, vemos a Igrejinha colonial, o padre, as carolas, as vizinhas, as crianças do bairro, os vilões, o padeiro, o jornaleiro, a professora, os cachorros e o açougueiro. Todos estão representando seus papeis, numa comédia divertida com direito a muita correria e perseguição. Segundo as crianças que participaram da confecção do roteiro, para um filme ser bom, tem que ter muita correria, confusão e cenas de perseguição.

A Lagoa da Conceição, sua comunidade e a festa folclórica do Divino estão assim devidamente documentadas em “O Sumiço da Coroa”, mas num tom ficcional, de muito humor e fantasia, embora tudo ali seja bem verdadeiro. E o melhor de tudo foi participar da sessão de cinema, na qual pela primeira vez todos os autores, atores e moradores do bairro se reconheceram na tela grande, num misto de orgulho, satisfação e emoção. Que prazer!

Viva o cinema infantil!

Mais opções
  • Google+
  • Facebook
  • Copiar url
  • Imprimir
  • RSS
  • Maior | Menor

"Crianças dão de 10 a 0 nos adultos"

Por srizzo
06/07/13 08:00

A sala itinerante do Cine Tela Brasil, com 225 lugares

O diretor e roteirista Luiz Bolognesi e sua mulher, a diretora Laís Bodanzky, criaram em 2004 o Cine Tela Brasil, projeto de exibição gratuita e itinerante sobre o qual falo em texto publicado na edição de hoje da “Folhinha”.

Em julho, a sala do Tela Brasil (com 225 lugares) circulará por seis regiões da Capital: Sé, Largo da Batata, Parada de Taipas, Jaçanã, Capão Redondo e Cidade Tiradentes.

A seguir, trechos da entrevista que fiz nesta semana com Bolognesi — muito feliz com a carreira internacional da animação “Uma História de Amor e Fúria” (classificação indicativa: 12 anos), recentemente premiada no tradicional e concorrido Festival de Annecy (França), e que está na programação de julho do Tela Brasil.

Podemos dizer que o Cine Tela Brasil é um filho de outro projeto seu e da Laís, o Cine Mambembe (1995-2004)?

Totalmente. O Cine Mambembe era mais voluntário. Rodamos 13 mil quilômetros, em mais ou menos 15 estados das regiões Sudeste, Norte e Nordeste. Só exibíamos curtas. Se havia muita criança na sessão, sacávamos e exibíamos “Novela” (1992), de Otto Guerra, uma animação com jacarés que tira sarro de telenovelas, de morrer de rir, e “A Velha a Fiar” (1964), de Humberto Mauro, que também funcionava muito bem. As crianças cantavam junto. Esses filmes faziam muito sucesso com todos as plateias: urbanas, rurais, indígenas.

O Tela Brasil é a profissionalização do Cine Mambembe. Desde 2044, já alcançou quase 1,3 milhão de espectadores. E desde o começo pensamos em filmes de classificação indicativa livre. Mais da metade do público tem menos de 14 anos. A molecada sai de uma sessão e vai para a fila da próxima. Às vezes, veem quatro filmes no mesmo dia. Adulto não faz isso. Às vezes tem tanta criança que alteramos a programação. Avisamos que vamos passar outro filme por causa da maioria.

“Tainá” 1 (2001) e 2 (2004) são os nossos campeões de público, seguidos por “Lisbela e o Prisioneiro” (2003) e “Rio” (2011). Todo mundo adora “Tainá”. Nosso sonho de consumo é o terceiro filme da série, mas o distribuidor ainda não liberou. Estamos fazendo também sessões fechadas para escolas, com material didático.

Quais os critérios para escolher os filmes do projeto?

“Eu e Meu Guarda-Chuva”, na programação de julho do Cine Tela Brasil

Um grupo do Tela Brasil formado por gerentes, coordenadores, por mim e pela Laís estuda os filmes lançados no último ano e meio. Buscamos filmes de qualidade que promovam entretenimento e reflexão. “Gonzaga” (2012), por exemplo, é perfeito. “Eu e Meu Guarda-Chuva” (2010), também. Depois, negociamos com os distribuidores. Muitos são bacanas. Outros são irredutíveis. Botam o preço lá em cima e inviabilizam a exibição. Nem todos os distribuidores têm noções de responsabilidade social.

Por que poucos filmes infantis são produzidos no Brasil?

Produzimos quase nada de filme infantil. Não chega a três longas entre os 80 feitos por ano. É muito pouco. Nós mesmos, produtores, esquecemos. Falo por mim: existe entre nós um certo preconceito, como se filme para crianças fosse algo menor. Não entendemos o passo que é dado com um filme infantil. Ele não ganha prêmio em festival, mas vai ser importante porque está formando espectadores. É uma pena, porque os infantis vão bem de público, têm vida longa no DVD. É preciso abrir os olhos e ver um caminho. A animação é uma das áreas que mais crescem.

Recentemente, escrevi com três roteiristas franceses o roteiro de “Planeta Verde”, um “live action” com animais rodado em 3D na Amazônia e lançamento previsto para 2014. É a história de um macaquinho de circo que cai na Amazônia e precisa aprender a ser bicho. E aí tomei bronca em casa das minhas filhas [de 10 e 8 anos]: “Finalmente, pai, você fez um filme que a gente pode ver”.

E você não pensa em dirigir um filme para crianças?

Tenho vontade de fazer um, em 2015/2016. Um filme sobre a história do Brasil vista a partir de São Paulo, sobre quem somos nós, para a família toda, com protagonistas crianças. Depois do prêmio em Annecy para “Uma História de Amor e Fúria”, aumentaram as possibilidades de fazer esse outro. Estamos começando. É tudo muito lento. Mas, como o prêmio em Annecy confirmou, esse é o jeito certo de fazer.

Há alguma dificuldade especial em escrever filmes infantis? Alguns dizem que a criança é um público mais exigente do que o adulto.

Penso na criança como um pequeno adulto. Em “Planeta Verde”, a maior dificuldade foi que o protagonista é um macaco que não fala. Eu pensava nos problemas dele. O grande erro é infantilizar o raciocínio das crianças. Eu me surpreendo com as minhas filhas o tempo todo. Crianças estão mais livres de preconceitos do que nós. São muito livres e sensíveis. Tratamos as crianças com ti-ti-ti, e o raciocínio delas está lá na frente. Entendem tudo. São surpreendentes. Crianças dão de 10 a 0 nos adultos. Se não gostam de um filme, saem no meio. Mas, quando gostam, veem a semana inteira.

Mais opções
  • Google+
  • Facebook
  • Copiar url
  • Imprimir
  • RSS
  • Maior | Menor
Posts anteriores
Posts seguintes
Publicidade
Publicidade
  • RSSAssinar o Feed do blog
  • Emailsrizzojr@uol.com.br
  • Twitter@sergiorizzo

Buscar

Busca

Categorias

  • Cenas de infância
  • Cinema
  • DVD
  • Educação
  • Entrevistas
  • Festivais
  • Internet
  • Jogos
  • Listas
  • Livros
  • Pais e filhos
  • Televisão
  • Uncategorized
  • Vídeo
  • Recent posts Censura Livre
  1. 1

    Pebolim de alta tecnologia. E argentina

  2. 2

    Turma do Tikuntá estreia novo clipe

  3. 3

    Crianças de Chicago vibram com curta brasileiro

  4. 4

    Games for Change chega a São Paulo

  5. 5

    Novo Peter Pan estreia na segunda

SEE PREVIOUS POSTS

Tags

abreu animação Argentina Brichos campanella carrico chaplin cinema comkids dedé didi disney doutorado dvd educação escola festival filhos florianópolis folhinha fox games for change gloob infância internet jogos meu malvado favorito meu pé monstros mussum NUPA O Gordo e o Magro palhaço petermann professor ralph reino escondido saldanha stop-motion tainá televisão trapalhões unicamp williams zacarias
Publicidade
Publicidade
Publicidade
  • Folha de S.Paulo
    • Folha de S.Paulo
    • Opinião
    • Assine a Folha
    • Atendimento
    • Versão Impressa
    • Política
    • Mundo
    • Economia
    • Painel do Leitor
    • Cotidiano
    • Esporte
    • Ciência
    • Saúde
    • Cultura
    • Tec
    • F5
    • + Seções
    • Especiais
    • TV Folha
    • Classificados
    • Redes Sociais
Acesso o aplicativo para tablets e smartphones

Copyright Folha de S.Paulo. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress (pesquisa@folhapress.com.br).