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Censura Livre

por Sérgio Rizzo

Perfil Sérgio Rizzo é jornalista, professor e crítico de cinema

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Tag Archives: animação

"Visionautas" e a linguagem das estrelas

Por srizzo
25/06/13 12:02

Os personagens de “Visionautas”, animação de Markus Ribeiro

Formado em arquitetura, Markus Ribeiro trabalha com educomunicação há mais de duas décadas. Nos últimos seis anos, dedicou-se à realização da animação “Visionautas”, carro-chefe de um projeto que tem o objetivo de apresentar a astronomia a crianças e adolescentes.

Clique aqui para assistir ao trailer de “Visionautas” e leia a seguir uma entrevista com Markus.

O que o motivou a realizar os “Visionautas”?

Tudo aconteceu depois que passei um tempo em Londres. Foi na volta ao Brasil que a ficha caiu. Assim que retomei o trabalho na produtora, “As Calças Erradas” (The Wrong Trousers, 1993), uma animação da Aardman dirigida por Nick Park, que conheci nessa viagem, ficou na minha cabeça, e ainda muito mais deliciosa e prazerosa aqui no Brasil. Acho essa animação uma obra-prima. Aconteceu que, depois que voltei, ficaram mais claras as diferenças culturais.

Daí pude perceber o quanto esse trabalho era genuinamente inglês e o quanto de prazer havia nele, em todos os detalhes. Percebi que certas coisas a gente só consegue realizar quando o prazer é quem orienta o fazer. E que, quando o prazer está impresso na produção, além da mensagem, do conteúdo, da técnica etc., esse prazer também acaba retornando ao público. A ficha caiu e comecei a “sulear” o meu trabalho em busca desse prazer. Então, “Visionautas”, que é um projeto educativo, é fruto dessa busca de fazer com prazer e do prazer de fazer com identidade.

Quantos anos de trabalho foram dedicados ao material incluído no DVD?

Essa ficha, aí, caiu em 1998 e me inspirou a criar os personagens Pepo e Lu. Portanto, estamos falando de 15 anos, mas, na realidade, parece ter sido ontem. No aspecto técnico, era praticamente impossível fazer o trabalho naquela época. Houve um tempo de espera, alguns anos, até que a técnica possibilitasse o projeto. Utilizei esse tempo para escrever alguns roteiros preliminares e afinar o tom e o conceito “Visionautas”.  Quando o fazer é motivado pelo prazer, o trabalho se torna orgânico, vivo, e esse tempo foi importante pois pude imprimir nele outras vivências, outros aprendizados.

Quais as principais dificuldades que enfrentou?

Como pode imaginar, passei pelo que seria a tal dificuldade do ferreiro em fazer seu próprio espeto de ferro. Todo mundo sabe que é difícil. E é difícil porque existem as solicitações externas que acabam concorrendo com o nosso desejo de fazer com prazer, que acaba, então, sendo renegado. Felizmente, todos os profissionais que participaram desse projeto entenderam a proposta e contribuíram, com muito prazer e também com o seu melhor, pois nem sempre a relação comercial estava em pauta. Então, a gente consegue realizar com prazer quando reúne um grupo com esse mesmo objetivo e, felizmente, isso aconteceu.

Mas não foi só isso. Nesses 15 anos, muitas coisas aconteceram e também tentei buscar apoios financeiros para viabilizar o projeto. Mas não sou bom nisso e tudo poderia ter sido diferente, não fosse essa dificuldade. Desde que me formei em Arquitetura, em 1987, venho trabalhando com educomunicação. Isso reforçou ainda mais a minha forma de pensar e a minha linguagem, que se tornou duplamente imagética, além de sonora. Daí a dificuldade em formatar meus projetos aos editais e leis de incentivo culturais. Tomara que logo a gente venha a ter algum tipo incentivo à produção educativa, ou que o entendimento de cultura seja ampliado e passe a contemplar a educação. Atualmente, no Brasil, o cultural é percebido como educativo, mas o educativo não é cultural.

Como o DVD pode ser adquirido?

O DVD, acompanhado de encarte-resumo colorido, está com preço promocional de lançamento e pode ser adquirido diretamente através do site: www.visionautas.com.br . Contamos com condições especiais e kits diferenciados para secretarias de Educação e sistemas de ensino. Para mais informações, entrar em contato pelo e-mail: visionautas@visionautas.com.br .

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A pele que Sulley habita

Por srizzo
21/06/13 15:34

Sulley e Mike em “Universidade Monstros”: Pixar demorou 12 anos para lançar a continuação de “Monstros S.A.” (2001)

Astros de “Monstros S.A.” (2001), o pequeno Mike e o grandalhão Sulley demoraram mais de dez anos para dar as caras novamente, em “Universidade Monstros”, que estreia hoje simultaneamente nos EUA e no Brasil.

De acordo com o comportamento habitual do mercado, a continuação deveria ter sido lançada há algum tempo. “Monstros S.A.” arrecadou robustos US$ 562,8 milhões nos cinemas.

Tia Kratter, que trabalha na Pixar desde 1993

Esse desempenho foi superior, por exemplo, ao do primeiro “Toy Story” (1995), também da Pixar, que fez US$ 361,9 milhões nas bilheterias e ganhou continuação quatro anos depois.

Um dos principais desafios enfrentados pela equipe de animação responsável pelo universo de “Monstros” foi criar — veja só o grau de detalhe que move a turma da Pixar — a pele de Sulley.

Clique aqui para assistir (em inglês) a um clipe da Pixar em que a animadora e diretora de arte Tia Kratter, na produtora desde 1993, conta como foi o longo processo de trabalho para chegar à pele perfeita para o personagem.

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Zarafa em SP, Mickey em Annecy

Por srizzo
14/06/13 10:32

“Zarafa”, em pré-estreia neste sábado no Reserva Cultural

Quer um bom programa para este sábado, dia 15, em São Paulo? Às 11h, o cine Reserva Cultural fará a pré-estreia da animação francesa “Zarafa”, que conta uma fábula sobre a amizade entre um menino e uma girafa (a personagem do título).

Dirigida por Rémi Bezançon e Jean-Christophe Lie, essa aventura parece incrível, saída inteiramente da fantasia de seus autores, mas se inspira no episódio verídico da primeira girafa que chegou à França.

Na pré-estreia do Reserva, o espectador poderá escolher entre assistir ao filme dublado ou na versão original com legendas. Melhor: crianças entram de graça e ainda ganham pipoca.

A estreia de “Zarafa” nos cinemas está programada para 5 de julho.

* * *

Passando de pato para ganso ou, mais precisamente, de girafa para rato.

Neste sábado, em Annecy (França), termina a edição 2013 de um dos mais importantes festivais de animação do mundo, que reuniu, de acordo com seus organizadores, sete mil profissionais de diversos países.

A programação traz as últimas novidades no mundo da animação, em formato de longa e de curta-metragem, incluindo superproduções como “Universidade Monstros” (que entrará em cartaz no Brasil no próximo dia 21) e “Meu Malvado Favorito 2” (com estreia prevista para 5 de julho).

Desta vez, no entanto, uma das principais atrações em Annecy foi um tesouro para os admiradores de Walt Disney: “Get a Horse!” (“pegue um cavalo!”), um curta inédito com Mickey, Minnie, Horácio, Clarabela e João Bafo-de-Onça.

Além de ter desenhado o filme, Disney fez também a voz de Mickey. Dá água na boca, eu sei. Mas em breve chega ao Brasil também.

Clique aqui para ler um artigo da revista “Entertainment Weekly” sobre “Get a Horse!” e aqui para ler outro artigo sobre o filme, publicado pelo jornal “Los Angeles Times” .

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Tem animação nova no Gloob: "Clay Kids"

Por srizzo
10/06/13 14:08

Bonecos de “Clay Kids”, nova atração do canal Gloob

Atenção, fãs de animação de massinha: vem aí a série “Clay Kids”, produzida com bonecos de argila e a técnica “stop-motion” pela produtora valenciana Clay Animation.

A novidade, criada pelos animadores espanhois Javier Tostado Domingo e María Lara Roca, chega ao Brasil pelo canal pago Gloob.

A estreia estava prevista para esta segunda-feira, dia 10, como informei em versão anterior deste post. De acordo com a assessoria de imprensa do Gloob, o novo calendário prevê a pré-estreia no próximo dia 29, sábado, às 17h30, e a estreia em 5 de julho, sexta, às 11h15.

Clique aqui para assistir à vinheta de apresentação da série, com narração em forma de rap de Gabriel O Pensador (que dubla o personagem principal).

E clique aqui para assistir a um vídeo com os bastidores do processo de animação de “Clay Kids” — que envolve um trabalho paciente de fotografar os bonecos  em uma determinada posição, alterá-los ligeiramente para dar a ideia de movimento, fotografá-los outra vez, alterá-los e assim sucessivamente.

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Cinema dente de leite no Museu do Futebol

Por srizzo
06/06/13 07:30

“Zimbu”, ou o poder transformador de uma bola de futebol

Caída de um avião, uma bola revela a um habitante de aldeia uma certa magia que ele jamais havia imaginado. E, pelo jeito, sua vida não será a mesma.

Em um campinho de várzea, um certo ponta-direita de pernas tortas encara um marcador que o faz lembrar o João Batista da Bíblia, aquele que perdeu a cabeça.

A primeira história é narrada pela divertida animação “Zimbu”, de Marcos Strassburger Souza, produzida na Escola Méliès de Cinema, de São Paulo.

E a segunda história, que envolve Garrincha, está em outra animação: “O Primeiro João”, de André Castelão (e chega de “ão”, prometo).

Os dois filmes integram a sessão (ai!) Dente de Leite do 4o. CINEFoot, festival de cinema dedicado a futebol que será aberto nesta quinta-feira, dia 6, em São Paulo.

Voltada a crianças e adolescentes, a sessão Dente de Leite terá exibições nesta sexta, dia 7, às 9h30, e no sábado, dia 8, às 10h30, ambas no Museu do Futebol, no estádio do Pacaembu, com entrada gratuita.

Clique aqui para conhecer a programação completa da sessão infantojuvenil e também das outras sessões do CINEFoot.

Gosta de cinema? E gosta também de futebol? Pois um passeio campeão para fazer com seu filho ou com seu pai, nos próximos dias, é ir o CINEFoot.

“O Primeiro João”: muita coragem para encarar o jovem Garrincha

 

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Ralph detona, mas Rei Leão manda bem

Por srizzo
04/06/13 07:30

Líder no ranking de DVDs e Blu-rays infantis da 2001 Vídeo em abril, “Detona Ralph” manteve o primeiro lugar em maio.

Nenhuma surpresa: nos cinemas do Brasil, o filme já havia feito ótima carreira, com R$ 42,7 milhões de bilheteria e 3,6 milhões de espectadores.

“O Rei Leão”: sucesso entre crianças e adultos desde 1994

O que chama a atenção é o segundo lugar de “O Rei Leão”, que já havia ficado em terceiro lugar no ranking de abril e em segundo lugar no ranking de março.

Novidades vêm e vão, fazem algum barulho e depois são esquecidas, mas os clássicos permanecem no gosto de gerações.

Confira abaixo os “10 mais” de maio segundo o levantamento da 2001 Vídeo. O número depois do título refere-se à posição no mês anterior.

1) “Detona Ralph” (Wreck-It Ralph) [1]

2) “O Rei Leão” (The Lion King) [3]

3) ” O Pequeno Príncipe – O Planeta do Tempo/O Planeta do Pássaro de Fogo” (Le Petit Prince – La Planète du Temps/La Planète du Oiseau-feu) [–]

4) “A Origem dos Guardiões” (Rise of the Guardians) [4]

5) “Hotel Transilvânia” (Hotel Transylvania) [8]

6) “Monster High –Scaris: A Cidade Sem Luz” (Monster High: Scaris) [–]

7) “Zambezia” (idem) [10]

8) “Pororó – Vol. 1” (Pororo – Little Penguin) [–]

9) “iCarly – One Direction” (idem) [–]

10) “Bob Esponja Calça Quadrada e a Excursão Fora de Controle” (SpongeBob SquarePants) [–]

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Volta ao mundo em 13 filmes infantis

Por srizzo
01/06/13 07:30

São Paulo sediará na próxima semana a sexta edição do Festival ComKids Prix Jeunesse Iberoamericano, que exibe filmes e programas de TV dirigidos a crianças e jovens.

Um aperitivo do festival ocupará neste fim de semana (e também no próximo) o Espaço Itaú da rua Augusta: a Mostra ComKids no Cinema, que reunirá 13 curtas-metragens infantis realizados em nove países.

Entrada franca, com classificação indicativa livre. Ou seja: programão para pais e filhos que gostam de fazer descobertas.

Wendy Martins, a divertida Sofia de “Sonhando Passarinhos”

Na cuidadosa seleção de filmes, destaco dois que dificilmente deixarão o espectador sem um sorriso no rosto:

– o turco “A Bicicleta dos Meus Sonhos” (2009), sobre um menino que aprende a trabalhar como guia turístico para realizar um desejo que a família (pai desempregado, mãe e 11 irmãos) não tem como atender;

– o brasileiro “Sonhando Passarinhos”  (2011), com uma atriz infantil pra lá de simpática e engraçada (Wendy Martins) que se diverte, com seu boneco de pano, dando asas à imaginação.

Clique aqui para conferir a programação completa das sessões da Mostra ComKids no Cinema (que inclui também, neste sábado, uma sessão exclusiva para os associados do Clube do Professor do Espaço Itaú).

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Chegou a hora do Festival ComKids

Por srizzo
29/05/13 14:08

Começa na próxima terça-feira, dia 4, a sexta edição do Festival ComKids Prix Jeunesse Iberoamericano, que exibe filmes e programas de TV dirigidos a crianças e jovens.

O evento é a versão iberoamericana do Prix Jeunesse Internacional, administrado por uma fundação que nasceu em 1964, em Munique (Alemanha). Clique aqui para conhecer as suas atividades (textos em inglês).

Como ocorre nos anos ímpares, São Paulo sediará a versão iberoamericana de 2013. Além das exibições, o festival oferece também atividades que promovem a reflexão sobre o audiovisual infantojuvenil e aproximam profissionais de diversos países.

Clique aqui para se inscrever (como votante ou como observador) no festival, que vai de terça-feira, dia 4, até a sexta-feira, dia 7, com sessões no Sesc Consolação e no Instituto Goethe, e cerimônia de encerramento no CineSesc.

E clique aqui para conhecer a programação completa. Fiz parte do comitê de seleção da categoria 7 a 11 anos (ficção), que reúne filmes e programas de primeira linha.

As atividades paralelas, no entanto, terão início no próximo sábado, dia 1o., às 14h, com a Mostra ComKids no Cinema, no Espaço Itaú da rua Augusta. Falarei dos filmes a serem exibidos nessa mostra — gratuita e aberta a crianças — em outro post.

Por enquanto, reserve um espaço na agenda.

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Daniel Boaventura, "homem-folha"

Por srizzo
18/05/13 07:00

O general Ronin, um dos “homens-folha” da animação “Reino Escondido”, é dublado na versão brasileira pelo ator e cantor Daniel Boaventura, que completa 43 anos neste domingo.

No cinema, antes de fazer “Reino Escondido”, ele só havia participado de três filmes como ator (“3 Histórias da Bahia”, “Coisa de Mulher” e o ainda inédito “Odeio o Dia dos Namorados”) e dublado uma animação em “stop-motion”, o longa brasileiro “Minhocas”.

Abaixo, um bate-papo em que Daniel fala de dublagem (“você e o microfone no aquariozinho”) e da experiência incomum de ver pela primeira vez um trabalho seu com uma das filhas na poltrona ao lado.

Sua carreira em teatro e televisão é numerosa, mas você fez poucos trabalhos em cinema. Por quê?

Houve situações em que eu fui chamado para fazer filmes e estava em cartaz. O teatro musical ocupa muito tempo. Em 2006, por exemplo, eu gravava o “Malhação” e queríamos renovar para 2007, quando eu iria fazer “My Fair Lady” no teatro. Eu disse que só poderia assinar para “Malhação” se me deixassem livre nos três primeiros meses. Os ensaios para musicais tomam seis dias por semana, dez horas por dia, durante dois meses. É um tempo precioso para uma pessoa. Quando estava em “A Bela e a Fera”, cheguei a fazer oito sessões por semana. Trabalhava 28 dias por mês. Consome muito.

Se não houvesse esse problema, você gostaria de fazer mais cinema?

Gostaria muito. Em 2012 filmei “Odeio o Dia dos Namorados”, dirigido por Roberto Santucci, e que deve estrear em breve [o lançamento está programado para 7 de junho]. Gostei muito do processo. No ano passado, consegui fazer muitas coisas ao mesmo tempo. Neste ano estou mais tranquilo, me dedicando, por enquanto, principalmente a shows.

Quando você começou a fazer dublagens para animações?

Antes de “Reino Escondido”, fiz “Minhocas” (Worms), a primeira animação brasileira de longa-metragem em “stop-motion”. Curiosamente, fiz primeiro a dublagem em inglês, em 2007. Só fui dublar em português no início desta semana. O filme deve ser lançado no fim do ano pela Fox [a estreia está programada para 20 de dezembro].

O general Ronin, personagem dublado por Daniel Boaventura em “Reino Escondido”

E “Reino Escondido”?

Eu estava fazendo “A Família Addams” no teatro quando o meu empresário me enviou um e-mail dizendo que tinha um convite. Fui ficando muito interessado pelo filme. Em primeiro lugar, por ser da produtora Blue Sky. Admiro muito o trabalho de Carlos Saldanha, embora este filme, especificamente, não seja dirigido por ele [Chris Wedge, diretor de “Robôs” e do primeiro “A Era do Gelo”, é quem assina “Reino Escondido”]. Depois, soube do personagem, o general Ronin. Achei interessante. Quando dublei, vi que ele ficou ainda mais interessante do que eu esperava. E não havia a necessidade de torná-lo engraçado. Era um herói “per se”, um líder, denso e intenso. No processo de dublagem, tive um primeiro momento que foi a gravação do trailer, dirigido pelo Guilherme Briggs. Homenzinhos verdes numa floresta! Fantástica surpresa. Na gravação para o filme, eu tinha um pouco de preconceito, tinha receio do “sync” [a sincronização do áudio com as imagens]. Mas fui dirigido pelo Manolo Rey, outro craque. Nos primeiros 20 ou 30 minutos já tinha a embocadura para o personagem, estava só me acostumando ao “sync”. O método de prestar atenção à música do diálogo foi a melhor coisa. Em uma hora estava craque. Era quase a sensação de jogar. Gravei tudo em cinco ou seis horas. Um dia no aquariozinho, como eu chamo o estúdio.

Você procurou se aproximar da interpretação de Colin Farrell, que faz Ronin na versão original?

Gostei muito do trabalho dele. Não tem como deixar de usar como referência. Você ouve a voz original enquanto dubla. Mas, se eu gosto, não acho que vou copiar. Em “My Fair Lady”, por exemplo, eu fiz o professor Higgins. Vi antes o filme com o Rex Harrison no papel. Talvez seja o maior trabalho dele. Que impressionante, que velocidade. “Como vou fazer isso em português?”, pensei. E as músicas, muito verborrágicas? Tinha músicas maravilhosas. A referência dele (Harrison) foi interessante não porque fosse copiar, mas porque acrescentaria. A voz do Colin Farrell é mais grave, areada. Cabia ir para essa textura. E notei que ele sabia jogar texto fora. Não empostava a voz ou nada desse tipo. Observei isso, e não copiei.

Você está acostumado a interagir com outros atores no palco e na TV. Não estranhou trabalhar sozinho no estúdio, gravando isoladamente as suas falas?

O pessoal que dublou o “Rio” me contou que só foi se ver na estreia do filme no Brasil. Não troquei palavra com o Murilo [Benício, que dubla Bomba, um pesquisador atrapalhado] em “Reino Escondido”. Fiquei no estúdio só com o diretor e o operador. O que me ajudou foi que estou acostumado a estúdio. Há seis anos encarei a carreira como cantor profissional, já gravei três CDs e um DVD. Eu me habituei a gravar em estúdio. A dublagem é um processo similar, você e o microfone no aquariozinho.

E qual foi a sua reação ao ver o filme inteiramente dublado, com o “encaixe” da sua voz no conjunto?

Tenho duas filhas, uma de 4 anos, Isabela, e outra de 10, Joana. A Joana é uma crítica de cinema nata. Quer sempre ficar até o final da sessão para ver os créditos, quem fez o quê. A Isabela naquele dia não pode, mas a Joana foi comigo ver “Reino Escondido”. Foi a primeira vez em que desfrutei um trabalho meu ao lado dela. Genial! Ela colada a mim, braço apertado. Muito engraçado, e muito especial. Foi um prazer inenarrável ver o conjunto, tudo se encaixando, sem contar a qualidade da imagem. Quando vi “A Era do Gelo”, fiquei pasmo desde a primeira cena com o realismo dos pelos do animal, com a expressão facial. O primeiro “take” de “Reino Escondido”, no meio do mato, me deu uma sensação parecida. O filme tem ação, humor, bons momentos dramáticos. Viajei, me diverti muito. Sei que sou suspeito, mas fiquei orgulhoso do trabalho.

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Tem compromisso para 28/3/2014?

Por srizzo
13/05/13 15:26

A indústria de cinema dos EUA sabe, como ninguém, fisgar espectadores em todo o mundo. E sabe também que certas estratégias de divulgação funcionam muito bem com crianças.

Na manhã do último sábado, tive um exemplo bem concreto de como criar expectativa de longo prazo para um filme. Fui ao Cinemark do shopping Eldorado, em São Paulo, para assistir a uma pré-estreia de “Reino Escondido”.

Antes da sessão, como você pode imaginar, aquele fuzuê de pais e crianças.

(E vamos combinar que os pais, tentando dar conta dos filhos, das pipocas, dos refrigerantes, das bolsas e dos telefones portáteis, fazem muito mais fuzuê do que as crianças.)

Mas, apagadas as luzes da sala, quase todo mundo ficou em silêncio. Primeiro, entrou o filminho institucional da companhia de seguros, com as saídas de emergência e o pedido para desligar o celular (que muitos adultos fingem não ver, ou será que não entendem mesmo?).

Então, para surpresa de todos, apareceram na tela as araras azuis Blu, Jade e outros personagens de “Rio”, dançando animadamente. Na plateia, crianças riam e vibravam.

Alguns segundos depois, terminou o “teaser” (uma espécie de minitrailer). E entrou o letreiro frustrante, acompanhado de narração:

“Rio 2 – Nos cinemas em 2014”.

Fazia muito tempo que eu não ouvia um “ohhhh” de lamentação tão profundo. Precisamos esperar até 2014? Tem dó aí, ô seo dono do cinema.

“Rio 2” está previsto para estrear no Brasil em 28 de março de 2014. A Fox, que produz e distribuirá o filme, já lançou a isca. E tem quase um ano para brincar com a expectativa que começou a criar.

O diretor brasileiro Carlos Saldanha também assina a continuação de “Rio”

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