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por Sérgio Rizzo

Perfil Sérgio Rizzo é jornalista, professor e crítico de cinema

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Tag Archives: animação

Cenas de infância: Cristiano Burlan, Oliver Twist e o ratinho Fievel

Por srizzo
09/05/13 07:00

Os relatos da série Cenas de Infância, que venho recolhendo no blog, tratam em geral da primeira experiência de ir ao cinema. Um ou outro convidado se lembra, como ocorreu com Christian Petermann, de alguma sessão posterior.

É o caso também do cineasta e professor Cristiano Burlan, que conheceu o cinema em Porto Alegre, mas que viveu a primeira sessão inesquecível já em São Paulo, aos 11 anos.

Burlan ganhou, em abril, o prêmio de melhor longa-metragem brasileiro do É Tudo Verdade – Festival Internacional de Documentários com seu trabalho mais recente, “Mataram Meu Irmão”, que trabalha com memórias pessoais.

A seguir, Burlan fala sobre a importância de um ratinho russo em sua vida e em sua trajetória profissional.

“Fievel, Um Conto Americano” (1986), produção da Amblin de Steven Spielberg em parceria com a Universal

A primeira lembrança que tenho do cinema é muito antiga, ainda remete à minha infância em Porto Alegre sendo levado pela minha mãe e pelo meu pai para ver os filmes dos Trapalhões no Cine Leão. Um cinema à moda antiga, com colunas neoclássicas e o cheiro de pipoca impregnado no ar. Mas, naquele momento, ainda não tinha passado por uma experiência catártica.

A primeira grande emoção que tive dentro de uma sala de cinema foi aos 11 anos de idade, já morando em São Paulo.

Em 1985, mudamos de Porto Alegre para cá. Logo que chegamos fomos morar num bairro muito pobre em Osasco, chamado Olaria do Nino. Meu pai trabalhava como pedreiro, minha mãe era empregada doméstica. Casa muito simples e pequena, e o dinheiro sempre muito curto.

Um dia acordei e pedi à minha mãe dinheiro para ir ao cinema, mas disse para ela que gostaria muito de ir sozinho pela primeira vez. Ela me falou que não tinha o dinheiro naquele momento, mas que iria juntar e que no final do mês me daria. Aguardei ansiosamente.

Naquela época estava lendo um livro que me marcou profundamente, “Oliver Twist”, de Charles Dickens, cujo protagonista é um órfão. Um dos temas do romance é a delinquência provocada pelas condições precárias da sociedade inglesa na era vitoriana, no século 19.

E o filme que escolhi assistir foi “Fievel, Um Conto Americano” (An American Tail, 1986). Saí de Osasco sozinho, de ônibus, e fui até o Shopping Eldorado, em Pinheiros. Tinha 11 anos de idade na época e o ano era 1986. Lembro que, quando cheguei na bilheteria, todas as crianças estavam acompanhadas dos seus pais, o que me deixou um pouco triste. Mas não me abati, porque estava tomado por uma sensação incrível de liberdade. Estava me sentindo um adulto indo sozinho ao cinema.

Minha mãe tinha me dado o dinheiro certinho para a passagem, o ingresso, pipoca, refrigerante e um drops Dulcora.

Havia chegado o grande momento. Entrei na sala, as luzes se apagaram e a projeção começou. Nunca vou esquecer a sensação dúbia de medo por estar só e, ao mesmo tempo, de ter descoberto o lugar mais seguro do mundo para se estar durante a vida.

“Fievel, Um Conto Americano” se passa na Rússia, em 1885, quando a família de ratos russo-judaica Ratoskewitz decide imigrar para os EUA, à procura de uma vida melhor. Fartos dos ataques dos gatos, os Ratoskewitzes acreditam que seus predadores não existem no “novo mundo”. Durante a viagem de navio, o pequeno Fievel é levado por uma tempestade, sendo separado da família. Ao chegarem, acreditam que perderam Fievel para sempre.

Mas ele também consegue chegar a Nova York, dentro de uma garrafa, e é ajudado por um pombo francês chamado Henri. O pequeno ratinho parte em busca da sua família, e logo começa a descobrir a dura realidade desse “novo mundo”, onde afinal também existem gatos.

A impressão que tenho até hoje dessa experiência é que tudo o que passei pela minha vida e o que me tornei tem a ver um pouco com esses dois personagens, com Oliver Twist e com o ratinho Fievel. Passei mais tempo da minha vida dentro de uma sala de cinema do que fora dela e tenho uma certa resistência a perceber o mundo por um prisma da realidade. E, sempre que volto a esse momento catártico e epifânico da minha vida, me lembro de uma frase de Chaplin: “Num filme o que importa não é a realidade, mas o que dela possa extrair a imaginação”.

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Mostra de Florianópolis exibe 72 curtas

Por srizzo
03/05/13 09:59

Saiu uma das listas mais aguardadas por quem faz filmes e seriados de TV para crianças no Brasil: a Mostra de Cinema Infantil de Florianópolis divulgou nesta semana os 72 curtas-metragens selecionados (de um total de 167 inscritos) para a sua 12a. edição, de 28 de junho a 14 de julho.

Mascote da Mostra de Cinema Infantil de Florianópolis

São Paulo foi o estado com o maior número de curtas (18), seguido por Rio de Janeiro (12), Minas Gerais (8), Paraná (7), Rio Grande do Sul e Santa Catarina (ambos com 6) e Bahia (4). Clique aqui para conhecer os selecionados.

Nesse amplo painel do que tem sido feito para crianças nos últimos dois anos, faço menção especial ao curta “A História dos Meninos que Andavam de Noite” (SP, 2013), de Flavio Barone, que combina ação com elementos sobrenaturais em uma história sobre dois primos de segundo grau (um deles, cadeirante) que passam alguns dias em uma chácara assombrada por um… Melhor não contar.

Entre as animações, serão exibidos dois episódios da série “Os Invisíveis” (RJ, 2012), de Humberto Avelar, produzida pela Empresa Municipal de Multimeios da Prefeitura do Rio (MultiRio) com o objetivo de estimular a reflexão sobre temas da infância e da adolescência. Clique aqui para conhecer melhor esse projeto e assistir a seus curtas em entrevista de Marcelo Salerno, da MultiRio, a Marcus Tavares para a “revistapontocom”.

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Ralph também detona em DVD

Por srizzo
02/05/13 07:00

Como eu já havia registrado em outro post, “Detona Ralph” é até agora o filme para crianças mais visto nos cinemas brasileiros em 2013, com R$ 42,7 milhões de bilheteria e 3,6 milhões de espectadores.

“Detona Ralph”: alguém vai encarar?

Lançado em DVD, ele vai ampliando o seu público. No ranking dos filmes infantis mais alugados em abril na 2001 Vídeo, de São Paulo, a animação da Disney sobre o universo dos games ocupa o primeiro lugar.

“A Origem dos Guardiões”, que liderou o ranking em março, caiu para o quarto lugar. E “O Rei Leão”, veteraníssimo, continua firme e forte na lista.

Confira abaixo os “10 mais” de abril segundo o levantamento da 2001 Vídeo. O número depois do título refere-se à posição no mês anterior.

1) “Detona Ralph” (Wreck-It Ralph) [-]

2) “A Era do Gelo 4″ (Ice Age: Continental Drift) [7]

3) “O Rei Leão” (The Lion King) [2]

4) “A Origem dos Guardiões” (Rise of the Guardians) [1]

5) “Madagascar 3 – Os Procurados” (Madagascar 3: Europe’s Most Wanted) [8]

6) “Meu Malvado Favorito” (Despicable Me) [4]

7) “Tinker Bell – O Segredo das Fadas”  (Tinker Bell and the Great Fairy Rescue) [10]

8) “Hotel Transilvânia” (Hotel Transylvania) [6]

9) ”Monster High” – DVD duplo com “Os Pesadelos de Monster High” (Friday Night Frights) e “Por que os Monstros se Apaixonam” (Why Do Ghouls Fall in Love?) [-]

10) “Zambezia” (idem) [-]

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Veja antes que saia de cartaz

Por srizzo
24/04/13 14:16

A imprensa costuma dar pouca atenção a um fenômeno perverso do mercado cinematográfico hoje: o desempenho de um filme é decidido nos três primeiros dias de exibição (de sexta a domingo).

Se o filme vai bem, o que significa atingir um bom número de espectadores por cópia (acima de 500), “vira a semana”, ou seja, permanece em cartaz em um bom número de salas.

Caso contrário, começa a ser varrido do circuito porque a fila de lançamentos é grande, o circuito é relativamente pequeno e os interesses comerciais, muitos.

“Meu Pé de Laranja Lima”: quem demorar para vê-lo corre o risco de não o encontrar mais em cartaz

O desafio é maior para filmes sem grande verba de lançamento, que precisam fazer um esforço monstruoso para arrastar espectadores às salas nos primeiros dias de exibição.

É o caso, neste momento, de “Meu Pé de Laranja Lima”, que fez 23.976 espectadores em seus três primeiros dias de exibição, com média de aproximadamente 220 espectadores por cópia, de acordo com dados do Filme B.

Pelas regras do mercado, é pouco. Isso significa que muita gente interessada em vê-lo, se demorar um pouco para ir ao cinema, já não irá mais encontrá-lo em cartaz.

Algo parecido ocorreu com “Tainá – A Origem”, lançado no início de fevereiro, e que até agora fez 341.363 espectadores. Não é pouco; essa multidão equivale a seis estádios do tamanho do Morumbi cheios. Mas seu potencial de público era muito maior, como atesta a ótima receptividade das crianças que o veem.

“Detona Ralph”, filme infantil de maior público no Brasil em 2013

O mercado é perverso, e está nas mãos de quem tem maior poder de fogo.

Na lista dos 10 filmes de maior bilheteria em 2013 no Brasil, três são superproduções norte-americanas voltadas para crianças e adolescentes:

– “Detona Ralph”, da Disney, com R$ 42,7 milhões de renda e 3,6 milhões de espectadores;

– “Os Croods”, da Dreamworks, com R$ 29,7 milhões de renda e 2,4 milhões de espectadores;

– “Oz – Mágico e Poderoso”, da Disney, com R$ 26,3 milhões de renda e 2 milhões de espectadores.

 

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