Os personagens de “Visionautas”, animação de Markus Ribeiro
Formado em arquitetura, Markus Ribeiro trabalha com educomunicação há mais de duas décadas. Nos últimos seis anos, dedicou-se à realização da animação “Visionautas”, carro-chefe de um projeto que tem o objetivo de apresentar a astronomia a crianças e adolescentes.
Clique aqui para assistir ao trailer de “Visionautas” e leia a seguir uma entrevista com Markus.
O que o motivou a realizar os “Visionautas”?
Tudo aconteceu depois que passei um tempo em Londres. Foi na volta ao Brasil que a ficha caiu. Assim que retomei o trabalho na produtora, “As Calças Erradas” (The Wrong Trousers, 1993), uma animação da Aardman dirigida por Nick Park, que conheci nessa viagem, ficou na minha cabeça, e ainda muito mais deliciosa e prazerosa aqui no Brasil. Acho essa animação uma obra-prima. Aconteceu que, depois que voltei, ficaram mais claras as diferenças culturais.
Daí pude perceber o quanto esse trabalho era genuinamente inglês e o quanto de prazer havia nele, em todos os detalhes. Percebi que certas coisas a gente só consegue realizar quando o prazer é quem orienta o fazer. E que, quando o prazer está impresso na produção, além da mensagem, do conteúdo, da técnica etc., esse prazer também acaba retornando ao público. A ficha caiu e comecei a “sulear” o meu trabalho em busca desse prazer. Então, “Visionautas”, que é um projeto educativo, é fruto dessa busca de fazer com prazer e do prazer de fazer com identidade.
Quantos anos de trabalho foram dedicados ao material incluído no DVD?
Essa ficha, aí, caiu em 1998 e me inspirou a criar os personagens Pepo e Lu. Portanto, estamos falando de 15 anos, mas, na realidade, parece ter sido ontem. No aspecto técnico, era praticamente impossível fazer o trabalho naquela época. Houve um tempo de espera, alguns anos, até que a técnica possibilitasse o projeto. Utilizei esse tempo para escrever alguns roteiros preliminares e afinar o tom e o conceito “Visionautas”. Quando o fazer é motivado pelo prazer, o trabalho se torna orgânico, vivo, e esse tempo foi importante pois pude imprimir nele outras vivências, outros aprendizados.
Quais as principais dificuldades que enfrentou?
Como pode imaginar, passei pelo que seria a tal dificuldade do ferreiro em fazer seu próprio espeto de ferro. Todo mundo sabe que é difícil. E é difícil porque existem as solicitações externas que acabam concorrendo com o nosso desejo de fazer com prazer, que acaba, então, sendo renegado. Felizmente, todos os profissionais que participaram desse projeto entenderam a proposta e contribuíram, com muito prazer e também com o seu melhor, pois nem sempre a relação comercial estava em pauta. Então, a gente consegue realizar com prazer quando reúne um grupo com esse mesmo objetivo e, felizmente, isso aconteceu.
Mas não foi só isso. Nesses 15 anos, muitas coisas aconteceram e também tentei buscar apoios financeiros para viabilizar o projeto. Mas não sou bom nisso e tudo poderia ter sido diferente, não fosse essa dificuldade. Desde que me formei em Arquitetura, em 1987, venho trabalhando com educomunicação. Isso reforçou ainda mais a minha forma de pensar e a minha linguagem, que se tornou duplamente imagética, além de sonora. Daí a dificuldade em formatar meus projetos aos editais e leis de incentivo culturais. Tomara que logo a gente venha a ter algum tipo incentivo à produção educativa, ou que o entendimento de cultura seja ampliado e passe a contemplar a educação. Atualmente, no Brasil, o cultural é percebido como educativo, mas o educativo não é cultural.
Como o DVD pode ser adquirido?
O DVD, acompanhado de encarte-resumo colorido, está com preço promocional de lançamento e pode ser adquirido diretamente através do site: www.visionautas.com.br . Contamos com condições especiais e kits diferenciados para secretarias de Educação e sistemas de ensino. Para mais informações, entrar em contato pelo e-mail: visionautas@visionautas.com.br .