Censura Livreeducação – Censura Livre http://censuralivre.blogfolha.uol.com.br por Sérgio Rizzo Mon, 02 Dec 2013 08:57:28 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=4.7.2 Escola no Cinema, 20 anos em SP http://censuralivre.blogfolha.uol.com.br/2013/09/25/escola-no-cinema-20-anos-em-sp/ http://censuralivre.blogfolha.uol.com.br/2013/09/25/escola-no-cinema-20-anos-em-sp/#respond Wed, 25 Sep 2013 12:00:17 +0000 http://censuralivre.blogfolha.uol.com.br/?p=902 Continue lendo →]]>

Crianças aprendem como funciona a ilusão das imagens em movimento em uma das exposições do Projeto Escola no Cinema

Criado e dirigido pelas educadoras Patricia Durães — que é também sócia de três circuitos de exibição, entre eles a rede Espaço Itaú — e Eliane Monteiro, o Projeto Escola no Cinema está completando 20 anos de atividades em São Paulo. (No Rio de Janeiro, ele teve início em 1985.)

Para comemorar, uma série de atrações gratuitas para crianças será realizada no próximo domingo, dia 29, das 11h às 13h30, no Espaço Itaú (rua Augusta, 1.470).

A Oficina Musical Colherim é a única atividade que exige retirada de ingresso (a partir de 10h do próprio domingo, com 100 vagas disponíveis). Crianças vão aprender a usar colheres como instrumento de percussão.

O DVD “Colherim” será exibido na sala 1. No saguão do cinema, sessão de autógrafos com Estevão Marques, Marina Pittier e Fê Sztok, autores do livro “Pão, Pão, Pão” (Ed. Melhoramentos). Paralelamente, o Grupo Triii fará um show com as músicas do livro.

Patricia Durães já colaborou com o blog, escrevendo um depoimento para a seção Cenas de Infância.

Fiz com ela uma entrevista sobre o Projeto Escola no Cinema e sua atuação nessa área para o volume I do caderno “Cine-Educação” (Via Gutenberg/Cinemateca Brasileira).

A seguir, a íntegra do bate-papo.

Por que o cinema ainda não ocupa nas escolas brasileiras o espaço que conquistou em outros países, como a França?

O problema está na formação dos professores. Eu fiz o antigo Normal em uma das melhores escolas do Rio de Janeiro na época, o Instituto Guanabara, e nunca fomos levadas ao cinema. Assisti a filmes didáticos, sobre doenças venéreas, educação sexual – temas da zona de conforto do professor de ciências. Havia muita literatura, li muito. Mas as outras linguagens artísticas eram utilizadas da pior espécie. Nunca fomos ao ao teatro, também. Não existia uma abordagem cultural no sentido de aprimoramento do ser humano. Interessavam apenas os instrumentos que você tinha para trabalhar. Aprender musiquinhas para cantar com os alunos, por exemplo. E o ensino de professores continua igual, mais de 30 anos depois. Sorte dos alunos que pegam um professor que seja amante do cinema. Seria maravilhoso ter uma escola de formação com uma disciplina de história do cinema.

O que você recomendaria para os cursos de formação de professores?

Que houvesse pelo menos uma vez por semana uma saída para ir ao cinema. Claro que é difícil, porque mexeria muito com a grade das outras disciplinas. Precisaria haver um trabalho integrado com todos os professores. Que fosse uma vez por mês, então. Já seriam oito por ano. Filmes diversos, e não os que tenham conteúdo óbvio pedagógico, os que falam de escola, professor, criança. Uma cartela cinematográfica variada, pensando a linguagem do cinema. Haveria filmes que despertam a sensibilidade, que abrem horizontes na cabeça do professor; obras de arte, experiências estéticas mais radicais; e que tenham um contexto histórico mais forte, documentários.

Patricia Durães, criadora e diretora do Projeto Escola no Cinema

Ou seja, trabalhar todos os gêneros e estilos?

Sim, isso seria muito importante para uma formação no Ensino Médio. Em um curso universitário de pedagogia, nem se fale. Aí, seria preciso ter um cineclube dentro da faculdade, fazer promoção com cinemas, distribuir ingresso, provocar aquele fervor cultural. Não só cinema, mas também teatro, música. Para estimular ao máximo as pessoas. Conheci nos meus cinemas professores que há 15 anos não faziam um programa cultural. Que só lêem o que precisa ler para o trabalho, os livros técnicos. É preciso sair desse casulo, experimentar.

O que você sugere a um professor interessado em aperfeiçoar o seu olhar para o cinema?

A primeira coisa é compor repertório. Ver o que quer ver, da forma como quer ver, sem se preocupar se é bom ou ruim. Ver o que dá prazer. Ficou curioso para assistir, aquilo traz algum retorno, provoca algum diálogo? Vá fundo. E, paralelamente, busque outras coisas. Comece a ler, conhecer a história do cinema, entender a linguagem. Não precisa ser muito técnico. Quando falamos de linguagem cinematográfica, as pessoas levam aquele susto, como se fosse algo complicado. Que nada. Falamos todos de “close”, “travelling”, câmera objetiva e subjetiva. Já entendemos de linguagem cinematográfica sem se dar conta, só de assistir a filmes. Anos atrás, minha filha disse à artista plástica Tomie Ohtake que queria ser pintora. A Tomie respondeu: “Então, você pinte, pinte, pinte e pinte. Vá pintar”. Você quer entender de cinema, ter intimidade com ele? Então veja, veja, veja e veja filmes. Vá ao cinema. Ali você terá a experiência plena, as nuances. E existem os cursos livres, também. Se gosta mais de documentário, faça um sobre isso. Se gosta mais de filmes narrativos, faça um de roteiro.

Depois de um tempo…

O professor começa a levar isso para a escola! Na sala dos professores, diz para o colega: vai ver esse filme. Dali a pouco, tem dois, três falando sobre o mesmo filme. E os alunos entram nesse circuito, claro. Professor acaba sendo um referencial para a turma. “E aí, professor, o senhor viu o filme tal?” É por isso que passamos todo tipo de filme no Clube do Professor, inclusive comédias e aventuras para adolescentes. Os alunos vêem esses filmes, e vão perguntar para o professor se ele também viu.

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"Visionautas" e a linguagem das estrelas http://censuralivre.blogfolha.uol.com.br/2013/06/25/visionautas-e-a-linguagem-das-estrelas/ http://censuralivre.blogfolha.uol.com.br/2013/06/25/visionautas-e-a-linguagem-das-estrelas/#comments Tue, 25 Jun 2013 15:02:42 +0000 http://censuralivre.blogfolha.uol.com.br/?p=669 Continue lendo →]]>

Os personagens de “Visionautas”, animação de Markus Ribeiro

Formado em arquitetura, Markus Ribeiro trabalha com educomunicação há mais de duas décadas. Nos últimos seis anos, dedicou-se à realização da animação “Visionautas”, carro-chefe de um projeto que tem o objetivo de apresentar a astronomia a crianças e adolescentes.

Clique aqui para assistir ao trailer de “Visionautas” e leia a seguir uma entrevista com Markus.

O que o motivou a realizar os “Visionautas”?

Tudo aconteceu depois que passei um tempo em Londres. Foi na volta ao Brasil que a ficha caiu. Assim que retomei o trabalho na produtora, “As Calças Erradas” (The Wrong Trousers, 1993), uma animação da Aardman dirigida por Nick Park, que conheci nessa viagem, ficou na minha cabeça, e ainda muito mais deliciosa e prazerosa aqui no Brasil. Acho essa animação uma obra-prima. Aconteceu que, depois que voltei, ficaram mais claras as diferenças culturais.

Daí pude perceber o quanto esse trabalho era genuinamente inglês e o quanto de prazer havia nele, em todos os detalhes. Percebi que certas coisas a gente só consegue realizar quando o prazer é quem orienta o fazer. E que, quando o prazer está impresso na produção, além da mensagem, do conteúdo, da técnica etc., esse prazer também acaba retornando ao público. A ficha caiu e comecei a “sulear” o meu trabalho em busca desse prazer. Então, “Visionautas”, que é um projeto educativo, é fruto dessa busca de fazer com prazer e do prazer de fazer com identidade.

Quantos anos de trabalho foram dedicados ao material incluído no DVD?

Essa ficha, aí, caiu em 1998 e me inspirou a criar os personagens Pepo e Lu. Portanto, estamos falando de 15 anos, mas, na realidade, parece ter sido ontem. No aspecto técnico, era praticamente impossível fazer o trabalho naquela época. Houve um tempo de espera, alguns anos, até que a técnica possibilitasse o projeto. Utilizei esse tempo para escrever alguns roteiros preliminares e afinar o tom e o conceito “Visionautas”.  Quando o fazer é motivado pelo prazer, o trabalho se torna orgânico, vivo, e esse tempo foi importante pois pude imprimir nele outras vivências, outros aprendizados.

Quais as principais dificuldades que enfrentou?

Como pode imaginar, passei pelo que seria a tal dificuldade do ferreiro em fazer seu próprio espeto de ferro. Todo mundo sabe que é difícil. E é difícil porque existem as solicitações externas que acabam concorrendo com o nosso desejo de fazer com prazer, que acaba, então, sendo renegado. Felizmente, todos os profissionais que participaram desse projeto entenderam a proposta e contribuíram, com muito prazer e também com o seu melhor, pois nem sempre a relação comercial estava em pauta. Então, a gente consegue realizar com prazer quando reúne um grupo com esse mesmo objetivo e, felizmente, isso aconteceu.

Mas não foi só isso. Nesses 15 anos, muitas coisas aconteceram e também tentei buscar apoios financeiros para viabilizar o projeto. Mas não sou bom nisso e tudo poderia ter sido diferente, não fosse essa dificuldade. Desde que me formei em Arquitetura, em 1987, venho trabalhando com educomunicação. Isso reforçou ainda mais a minha forma de pensar e a minha linguagem, que se tornou duplamente imagética, além de sonora. Daí a dificuldade em formatar meus projetos aos editais e leis de incentivo culturais. Tomara que logo a gente venha a ter algum tipo incentivo à produção educativa, ou que o entendimento de cultura seja ampliado e passe a contemplar a educação. Atualmente, no Brasil, o cultural é percebido como educativo, mas o educativo não é cultural.

Como o DVD pode ser adquirido?

O DVD, acompanhado de encarte-resumo colorido, está com preço promocional de lançamento e pode ser adquirido diretamente através do site: www.visionautas.com.br . Contamos com condições especiais e kits diferenciados para secretarias de Educação e sistemas de ensino. Para mais informações, entrar em contato pelo e-mail: visionautas@visionautas.com.br .

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Chegou a hora do Festival ComKids http://censuralivre.blogfolha.uol.com.br/2013/05/29/chegou-a-hora-do-festival-comkids/ http://censuralivre.blogfolha.uol.com.br/2013/05/29/chegou-a-hora-do-festival-comkids/#respond Wed, 29 May 2013 17:08:26 +0000 http://censuralivre.blogfolha.uol.com.br/?p=601 Continue lendo →]]> Começa na próxima terça-feira, dia 4, a sexta edição do Festival ComKids Prix Jeunesse Iberoamericano, que exibe filmes e programas de TV dirigidos a crianças e jovens.

O evento é a versão iberoamericana do Prix Jeunesse Internacional, administrado por uma fundação que nasceu em 1964, em Munique (Alemanha). Clique aqui para conhecer as suas atividades (textos em inglês).

Como ocorre nos anos ímpares, São Paulo sediará a versão iberoamericana de 2013. Além das exibições, o festival oferece também atividades que promovem a reflexão sobre o audiovisual infantojuvenil e aproximam profissionais de diversos países.

Clique aqui para se inscrever (como votante ou como observador) no festival, que vai de terça-feira, dia 4, até a sexta-feira, dia 7, com sessões no Sesc Consolação e no Instituto Goethe, e cerimônia de encerramento no CineSesc.

E clique aqui para conhecer a programação completa. Fiz parte do comitê de seleção da categoria 7 a 11 anos (ficção), que reúne filmes e programas de primeira linha.

As atividades paralelas, no entanto, terão início no próximo sábado, dia 1o., às 14h, com a Mostra ComKids no Cinema, no Espaço Itaú da rua Augusta. Falarei dos filmes a serem exibidos nessa mostra — gratuita e aberta a crianças — em outro post.

Por enquanto, reserve um espaço na agenda.

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Escola + audiovisual = algo muito especial http://censuralivre.blogfolha.uol.com.br/2013/05/23/escola-audiovisual-algo-muito-especial/ http://censuralivre.blogfolha.uol.com.br/2013/05/23/escola-audiovisual-algo-muito-especial/#respond Thu, 23 May 2013 20:18:36 +0000 http://censuralivre.blogfolha.uol.com.br/?p=582 Continue lendo →]]> Se você duvida da equação acima, no título deste post, deveria ter visto o que eu vi na última quarta-feira à noite, no teatro Cleyde Yáconis, em São Paulo.

Foi realizada ali a premiação da etapa latino-americana do KWN 2013 – Kid Witness News, programa educacional voltado para a realização de vídeos por crianças e adolescentes de 10 a 15 anos, com o patrocínio da Panasonic.

Na plateia, alunos das cinco escolas finalistas, que representavam Brasil, Chile, México, Panamá e Peru. Eles ficaram juntos por dois dias, circulando por São Paulo e trocando informações sobre as suas escolas, países e costumes.

Os cinco vídeos de curta-metragem produzidos por essas equipes ilustram, cada um à sua maneira, as imensas possibilidade do uso do audiovisual na escola e o sentido muito especial dessa experiência para todos.

Eles aprendem a se expressar por meio de imagens e sons, a se organizar em equipes e a desenvolver um trabalho — em torno dos temas ecologia e comunicação — que tenha alguma espécie de repercussão na própria comunidade (e que possa também correr o mundo).

Tive o prazer de participar do júri, ao lado de Maisa Zakzuk, diretora de TV e escritora, e de Vera Sanada, da produtora AVENTURAcomBR, responsável pelas oficinas de vídeo digital ministradas nas escolas brasileiras que integram o programa.

O KWN foi realizado pela primeira vez nos EUA, em 1989. Hoje, a rede envolve 622 escolas de 29 países. Os finalistas das etapas continentais disputam seis vagas para a mostra mundial, a ser realizada no Japão.

Clique aqui para conhecer o funcionamento do programa e clique nos títulos dos vídeos premiados na etapa latino-americana do KWN, abaixo, para assistir a eles no YouTube.

Melhor vídeo

“La Basura és Plata”, do Instituto Panamericano (Panamá)

Prêmio de criatividade

“Live to Care, Care to Live”, do Colégio Peruano Chino Juan XXIII (Peru)

Prêmio de melhor técnica

“Sentimentos Encontrados”, do Boston College (Chile)

Prêmio de melhor equipe

“Entre Vozes”, do Colégio Guilherme Dumont Villares (Brasil)

Prêmio de melhor conceito

“El PET y sus Diferentes Usos”, do International College (México)

Os alunos do Colégio Guilherme Dumont Villares premiados na etapa latino-americana do KWN, com este blogueiro, o mais alto e também o mais velho, atacando de papagaio de pirata

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