Censura Livretelevisão – Censura Livre http://censuralivre.blogfolha.uol.com.br por Sérgio Rizzo Mon, 02 Dec 2013 08:57:28 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=4.7.2 Outro canal infantil. E brasileiro http://censuralivre.blogfolha.uol.com.br/2013/06/27/outro-canal-infantil-e-brasileiro/ http://censuralivre.blogfolha.uol.com.br/2013/06/27/outro-canal-infantil-e-brasileiro/#respond Thu, 27 Jun 2013 17:54:28 +0000 http://censuralivre.blogfolha.uol.com.br/?p=677 Continue lendo →]]> Está prevista para 2014, inicialmente na grade da Sky, a estreia de um novo canal infantil. A informação é da jornalista Keila Jimenez, que assina a coluna Outro Canal na “Folha”.

De acordo com Keila, o novo canal terá muitos programas sobre animais e poderá surgir já com a classificação de “canal brasileiro de espaço qualificado”, conferida pela Ancine (Agência Nacional do Cinema).

Keila apurou que um dos cabeças do projeto (ainda sigiloso) é o mergulhador e documentarista Lawrence Wahba, fundador da produtora Canal Azul — responsável pela série “Hora de Comer”, já em fase de produção e que trará curiosidades sobre o reino animal e dicas de vida saudável.

O mergulhador e documentarista Lawrence Wahba

Na programadora que assino em casa, são dez os canais voltados para crianças e adolescentes (na ordem em que aparecem):

– TV Rá Tim Bum!

– Gloob (também em HD)

– Nickelodeon

– Discovery Kids (também em HD)

– Cartoon Network

– Disney XD

– Boomerang

– Disney Channel (também em HD)

– HBO Family

– Disney Junior

Outras programadoras trazem também o canal Nick Jr.

A lista não inclui canais que não são exclusivamente infantis, mas que oferecem programação de interesse para crianças e adolescentes, como TV Escola, Futura e National Geographic, muito menos os canais abertos que também oferecem esse conteúdo em suas grades.

Basta bater os olhos na lista acima, no entanto, para constatar que a imensa maioria dos programas exibidos pelo conjunto desses canais ainda é estrangeira. O que cria ainda mais expectativa em relação ao novo canal brasileiro antecipado pela Keila.

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Chegou a hora do Festival ComKids http://censuralivre.blogfolha.uol.com.br/2013/05/29/chegou-a-hora-do-festival-comkids/ http://censuralivre.blogfolha.uol.com.br/2013/05/29/chegou-a-hora-do-festival-comkids/#respond Wed, 29 May 2013 17:08:26 +0000 http://censuralivre.blogfolha.uol.com.br/?p=601 Continue lendo →]]> Começa na próxima terça-feira, dia 4, a sexta edição do Festival ComKids Prix Jeunesse Iberoamericano, que exibe filmes e programas de TV dirigidos a crianças e jovens.

O evento é a versão iberoamericana do Prix Jeunesse Internacional, administrado por uma fundação que nasceu em 1964, em Munique (Alemanha). Clique aqui para conhecer as suas atividades (textos em inglês).

Como ocorre nos anos ímpares, São Paulo sediará a versão iberoamericana de 2013. Além das exibições, o festival oferece também atividades que promovem a reflexão sobre o audiovisual infantojuvenil e aproximam profissionais de diversos países.

Clique aqui para se inscrever (como votante ou como observador) no festival, que vai de terça-feira, dia 4, até a sexta-feira, dia 7, com sessões no Sesc Consolação e no Instituto Goethe, e cerimônia de encerramento no CineSesc.

E clique aqui para conhecer a programação completa. Fiz parte do comitê de seleção da categoria 7 a 11 anos (ficção), que reúne filmes e programas de primeira linha.

As atividades paralelas, no entanto, terão início no próximo sábado, dia 1o., às 14h, com a Mostra ComKids no Cinema, no Espaço Itaú da rua Augusta. Falarei dos filmes a serem exibidos nessa mostra — gratuita e aberta a crianças — em outro post.

Por enquanto, reserve um espaço na agenda.

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Trapalhões e academia, tudo a ver http://censuralivre.blogfolha.uol.com.br/2013/05/10/trapalhoes-e-academia-tudo-a-ver/ http://censuralivre.blogfolha.uol.com.br/2013/05/10/trapalhoes-e-academia-tudo-a-ver/#respond Fri, 10 May 2013 13:39:51 +0000 http://censuralivre.blogfolha.uol.com.br/?p=523 Continue lendo →]]>

Mussum, Didi, Dedé e Zacarias: a academia é nossa, com os Trapalhões não há quem possa

Na TV, eles divertiram gerações ocupando espaços nobres na emissora de maior audiência do país. Nos cinemas, 12 de seus filmes figuram no ranking das 20 produções brasileiras de maior público no período 1970-2011, segundo dados da Ancine (Agência Nacional do Cinema).

É pouco ou quer mais?

Tem mais, sim: eles deram origem à tese de doutorado do ator e diretor de teatro André Carrico, defendida no Instituto de Artes da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), sob orientação da professora Neyde Veneziano.

“Os Trapalhões no Reino da Academia: Revista, Rádio e Circo na Poética Trapalhônica” nasceu, segundo Carrico, da ideia de mostrar que o grupo “representa uma reunião exemplar de determinadas vertentes da comédia popular nacional, com cômicos que trouxeram bagagens do teatro de revista, do circo e do humorismo radiofônico”.

A tese de Carrico estuda o período 1978-1990, quando os Trapalhões tiveram a sua formação clássica: Didi (Renato Aragão), Dedé (Manfried Santana), Mussum (Antonio Carlos Bernardes Gomes) e Zacarias (Mauro Gonçalves).

“Dedé nasceu numa barraca de circo, era palhaço”, lembrou Carrico em entrevista a Luiz Sugimoto para o “Jornal da Unicamp”. “Mussum passou pelo teatro de revista como músico dos Originais do Samba – eles contracenavam com Grande Otelo, que junto com Chico Anysio acabou influindo na configuração do tipo. E Zacarias começou no rádio, em Sete Lagoas e depois em Belo Horizonte, sempre interpretando tipos caipiras.”

Clique aqui para ler reportagem de Sugimoto no “Jornal da Unicamp” em que Carrico — ator desde criança, ligado ao teatro de rua e ao circo — fala sobre a tese de doutorado e a importância dos Trapalhões como herdeiros de tradições populares brasileiras.

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O que as crianças veem na internet? http://censuralivre.blogfolha.uol.com.br/2013/05/07/o-que-as-criancas-veem-na-internet/ http://censuralivre.blogfolha.uol.com.br/2013/05/07/o-que-as-criancas-veem-na-internet/#respond Tue, 07 May 2013 10:00:29 +0000 http://censuralivre.blogfolha.uol.com.br/?p=512 Continue lendo →]]> Atenção, pais e professores interessados em entender melhor o que seus filhos e alunos fazem ao navegar pela rede: nesta terça-feira, dia 7, às 19h, será realizado o debate “Crianças e adolescentes na internet – Riscos e oportunidades”.

Promovido pelo Centro de Estudos sobre as Tecnologias da Informação e da Comunicação (CETIC.br), o evento ocorrerá no Centro Britânico Brasileiro (rua Ferreira de Araújo, 741, São Paulo), com entrada gratuita. Para se inscrever: (11) 3027-0226.

Na pauta, o lançamento do livro que traz a pesquisa TIC Kids Online Brasil 2012. Clique aqui para conferir os resultados. O debate terá a presença de Ellen J. Helsper, da London School of Economics, de Cristina Ponte, da Universidade Nova de Lisboa, e da consultora Regina de Assis.

Símbolo da pesquisa TIC Kids Online 2012

A pesquisa envolveu 1.580 entrevistas com crianças e adolescentes de 9 a 16 anos, usuários da internet, e também com seus pais ou responsáveis.

Entre os inúmeros dados esclarecedores do material, destaco dois que dizem respeito ao audiovisual:

– 37% dos entrevistados de 11 a 16 anos assistem a vídeos todos os dias ou quase todos os dias; 44% fazem isso uma ou duas vezes por semana. Ou seja: a TV deixou, faz algum tempo, de ser a única fonte de consumo de imagens e sons para crianças e jovens de famílias que têm acesso à banda larga. E a internet, todos sabemos, não tem horário fixo ou classificação indicativa generalizada. Toda hora é hora de assistir a qualquer coisa.

– 32% dos entrevistados de 11 a 16 anos baixam músicas ou filmes todos os dias ou quase todos os dias; 48% fazem isso uma ou duas vezes por semana. A pesquisa não registra a porcentagem de downloads ilegais, sobretudo de filmes, mas você é capaz de imaginar o volume.

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Jiboias, antílopes, pandas e águias http://censuralivre.blogfolha.uol.com.br/2013/05/04/jiboias-antilopes-pandas-e-aguias/ http://censuralivre.blogfolha.uol.com.br/2013/05/04/jiboias-antilopes-pandas-e-aguias/#respond Sat, 04 May 2013 10:00:49 +0000 http://censuralivre.blogfolha.uol.com.br/?p=504 Continue lendo →]]> Que tal criar jiboias em casa? Kyra Rabello, 2 anos, tem duas. Filha de um veterinário, que considera as cobras menos perigosas do que aves (que poderiam bicar a menina), Kyra está na capa de hoje da “Folhinha”, toda feliz com uma de suas jiboias no colo.

Kyra Rabello, 2 anos, e uma de suas jiboias na capa da “Folhinha” deste sábado

Reportagens assinadas por Cristina Rappa e Bruno Molinero falam sobre os cuidados necessários para ter animais silvestres (selvagens) em casa. Um dos textos lembra que, em 1963, alunos da Escola de Aplicação da Universidade de São Paulo (que então se chamava Escola Experimental) ganharam uma filhote de onça para cuidar.

Depois de perambular pelas casas das crianças, a onça ficou doente e morreu. Não existia ainda o Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente), criado em 1989, e que fiscaliza a posse ilegal de animais silvestres.

Além disso, o cinema e a TV não se preocupavam, como hoje, em alertar para a violência cometida contra animais  — retirados de seu habitat, ou mortos ali mesmo.

Pense, por exemplo, no efeito pedagógico de “Rio” (2011). Dirigida por Carlos Saldanha, a animação da 20th Century Fox (o nome do estúdio significa “raposa do século 20”, por falar no assunto) traz diversos estereótipos sobre o Brasil, mas sem dúvida contribui para apresentar a crianças temas relacionados à proteção ambiental e ao crescimento sustentável.

Milhões de espectadores foram sensibilizados também, nas últimas décadas, por filmes de ficção e documentários que falam de espécies ameaçadas de extinção, muitas em virtude da ação predadora do homem. Canais pagos de TV como o NatGeo (da National Geographic Society) e o Animal Planet recheiam a programação com títulos nessa linha.

Antílopes tibetanos, tema de “Patrulha da Montanha”

Entre os filmes de ficção recentes, destaco a produção chinesa “Patrulha da Montanha” (2004), que trata de uma situação pouco divulgada por aqui, o extermínio de antílopes tibetanos.

Crianças e jovens tendem a se identificar com o protagonista da produção norte-americana “Meu Amigo Panda” (1995), também rodada na China. Ele é um adolescente (Ryan Slater) que ajuda o pai, um zoologista, a salvar uma reserva de pandas.

Os fãs do falecido comediante John Belushi devem se lembrar da comédia romântica “Brincou com Fogo, Acabou Fisgado” (1981), na qual ele interpreta um jornalista que se envolve com uma pesquisadora devotada a águias (Blair Brown).

Um dos filmes mais antigos preocupados expressamente com a causa dos animais silvestres é “Falsa Verdade” (1952), sobre a luta de uma ambientalista (Patricia Neal) para salvar da extinção o condor da Califórnia.

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Cenas de infância: Christian Petermann e o primeiro contato imediato com Spielberg http://censuralivre.blogfolha.uol.com.br/2013/04/25/cenas-de-infancia-christian-petermann-e-o-primeiro-contato-imediato-com-spielberg/ http://censuralivre.blogfolha.uol.com.br/2013/04/25/cenas-de-infancia-christian-petermann-e-o-primeiro-contato-imediato-com-spielberg/#comments Thu, 25 Apr 2013 17:07:13 +0000 http://censuralivre.blogfolha.uol.com.br/?p=477 Continue lendo →]]> Jornalista e crítico de cinema há 27 anos, Christian Petermann começou a ir sozinho ao cinema no final da década de 1970. Naquela época, conheceu o seu primeiro Steven Spielberg, que ele nunca esqueceu: “Contatos Imediatos do Terceiro Grau” (Close Encounters of the Third Kind, 1977).

Colaborador do “Guia da Folha” entre 1998 e 2012, ele escreve hoje para a “Rolling Stone” e para a “Revista da Cultura”, além de trabalhar como curador do festival semestral Cine MuBE Vitrine Independente e como assessor da ONG CineMaterna. Está envolvido também com o Giffoni São Paulo Film Festival, voltado ao espectador adolescente.

No relato abaixo, Christian diz que uma sessão de “Contatos” mudou a sua vida como espectador por apresentá-lo ao potencial de convencimento e sedução do cinema.

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No pôster do filme, a explicação para os três graus de “contato imediato” com vida extraterrestre: no primeiro, observa-se um OVNI; no segundo, tem-se uma evidência física; no terceiro, contato.

A minha cinefilia teve seu ponto de partida com a paixão que minha mãe alimentava pelo cinema clássico de Hollywood. Desde muito pequeno, lembro de ser levado a sessões regulares de todos os filmes dos Trapalhões e às estreias ou reprises Disney da temporada. Demonstrei imediato fascínio pelo universo do escurinho do cinema, a ponto de reagir emocionado ao ouvir, por exemplo, a trilha sonora do filme “Love Story” (1970) no ambiente da sala de cinema, esperando para assistir a algo “censura livre”. Desde cedo alimentei essa cinefilia e tive carta branca de, no final dos anos 1970, já começar a circular pelos cinemas mais próximos para tentar assistir a tudo que minha idade permitia.

Indo com essa sede ao pote, cheguei a assistir, aos 12 anos de idade, ao filme “A Árvore dos Tamancos” (1978), de Ermanno Olmi, sentindo a “seriedade” do filme, mas ainda me considerando, enquanto espectador, despreparado para a crueza visual e a lentidão narrativa da fita. Um ano antes, porém, surgiu aquele filme que pela primeira vez provocou inúmeras sessões de arrepios na minha pele, instantes de deslumbramento e a certeza de que era nesse mundo da Sétima Arte que eu queria mergulhar – não como um realizador, mas de fato como um crítico. Sou fã declarado de ficção científica, o gênero que faz meu lado espectador vibrar até hoje. Sou um “trekker” de acompanhar os episódios da série “Jornada nas Estrelas” (“Star Trek”) na telinha desde os meus oito, nove anos. Mas em 1977, muito mais do que aquele “Star Wars” original de George Lucas, foi o ano em que aconteceu “Contatos Imediatos do Terceiro Grau”, de Steven Spielberg.

Foi talvez o meu primeiro contato imediato pleno com a paixão que eu compartilharia/compartilho/compartilharei com o cinema. Lembro-me nitidamente de ter comprado em livro a novelização do filme antes de seu lançamento por aqui, leitura feita em férias numa colônia qualquer. Mas o dia em que, com o coração na boca, eu entrei na sala maior das duas que existiam no shopping Iguatemi para assistir às aventuras do garoto Barry Guiler (Cary Guffey) – sua visão de um OVNI, a montanha feita de purê de batata, a aventura extrema no clímax –, tive uma epifania. Fui muito ligado em ufologia na infância e na adolescência, mas não era apenas o fascínio por esse tema que explica o fascínio absurdo que o filme provocou em mim.

François Truffaut como o Lacombe de “Contatos Imediatos”

“Contatos” mudou minha vida enquanto espectador e, em decorrência, como futuro crítico. Assistindo ao filme, pressenti parte do potencial que o cinema tem em convencer e seduzir. Não estava assistindo apenas a um filme muito divertido ou a ótimas interpretações de atores, entre eles um diretor chamado François Truffaut, sobre quem já tinha lido, mas cujo primeiro contato real só viria a acontecer aos 17 anos assistindo a “De Repente num Domingo” (1983), seu último trabalho – para depois, com o tempo, passar a apreciar toda sua filmografia. O filme de Spielberg atestou pra mim a força de uma trilha sonora – as cinco notas “em contato” da trilha de John Williams fizeram parte de minha vida por anos. Nunca mais deixei de ouvir com atenção qualquer trilha sonora (ou ausência de).

E o primeiro Steven Spielberg a que se assiste em tela de cinema, ainda mais com 11 anos de idade, não se esquece jamais! Naquele mesmo ano, o clímax de “Star Wars” (quer dizer, então “Guerra nas Estrelas”), com a destruição da Estrela da Morte, até que foi muito legal! Mas não era nada que se comparasse (e se compare até hoje) com o final daquele primeiro contato imediato de/com Spielberg.

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